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domingo, 23 de dezembro de 2012

Leveza


Era um dia comum, mas solitário. Eu estava de robe sentada na varanda, com meu cigarro e uma taça de vinho me fazendo companhia. Tinha música ambiente e luz de velas. O céu estava memorável. Eu me sentia bem olhando a cidade do alto.
Toca a campainha. Eu não esperava visitas. Abri a porta, me deparei com ele materealizado na minha frente, sem nada dizer com apenas um gesto o mandei entrar. Solidão a dois não seria tão ruim. O deixei a vontade, abri um pouco mais as janelas, ofereci um dos meus cigarros e peguei um cinzeiro só pra ele. Sem cerimônias, foi entrando, tirou os sapatos e as meias, deixando a mostra seus pés branquinhos. Me olhou de forma levemente maldosa debruçada no suporte do espaço aberto. Foi a cozinha e pegou minha garrafa de vinho. Sentou-se comigo, sentindo aquela brisa amena que só aparece nos outonos. Apagou todas as velas do meu apartamento, exceto a de cima do móvel mais alto. Sem conversas até agora. Ele estava mais despreocupado que eu, dava goladas direto da garrafa. Entre tragos e bebericadas veio me abraçar, dessa vez forte! O deixei a vontade e me beijou, sentia-se mais a vontade e confiante, deixou meu ombro a mostra. Fui para sala de estar e coloquei minha taça já vazia sobre a mesinha de centro. Sem pressa ele veio até mim, já embriagado, bateu no móvel fazendo minha taça mais querida, cair e se quebrar. Já não bastava meu coração? Me beijava forte, apertado, com vontade incessante. O deixei a vontade e por outra noite a fora desejou me amar. E por deixá-lo tão a vontade, apaguei a última vela, abri a porta e o deixei na vontade! 
                                                         
                                                               Rafaella Alvez

Ps: Pretendo voltar aqui só depois que essa época de festas passar. Tenham um ótimo natal e um próspero ano novo. Boas festas pessoal. Beijos!

domingo, 16 de dezembro de 2012

16 de Dezembro


Os invernos eram sempre mais frios sem a presença dele. Na forma menos madura possível eu me encolhi nos braços da minha mãe e chorei, chorei sem som, sem soluços, chorei solto, chorei em silêncio como vinha fazendo há tempos. E passadas várias vezes suas mãos em minha cabeça e braços, me acariciando da maneira mais maternal possível, dizia suas sábias palavras.
É que quando a dor preenche o vazio do seu peito, vem impactando qualquer estrutura ou barreira que você tenha erguido. Ela vem com força, vem faminta, vem gritante e desenfreada, vem sem medo. Eu chorava a minha solidão, chorava sem pressa, sem culpa, sem esforço ... infelizmente sem nenhum esforço aparente. Talvez seja por que mesmo com o passar de todos esses anos, eu ainda tenha as nossas fotos, escondidas até de mim, mas tenho, ainda sei a data do seu aniversário e de como você preferia as roupas. Hoje não foi um bom dia. Por que aquela musk combinava tanto com o óculos, e te deixava ainda mais charmoso ? Odeio esse efeito que você ainda tem sobre mim. Odeio a forma como você me afeta, só por me encontrar na rua. Odeio me desmontar toda depois, mas me mostrar firme, forte e confiante na sua frente, nunca deixando a postura de lado. Por que cá entre nós, eu tinha que te mostrar o quanto eu estava bem e sorridente sem você na minha vida, tu tinha que enxergar o que perdeu. Mesmo ainda sendo, aquele sorriso não era mais seu, nem aquele riso frouxo e forçado não era mais pertencente a você. Era arrasadora a forma que eu me encontrava, um estado pecaminoso e digno de pena. Eu confesso, sem medo, sem escrúpulos  sem pena própria também. Odeio me tratar no pejorativo nessas horas. De alguma forma, com qualquer motivo barato, eu preferia ainda sofrer por você, do que me apegar por outro alguém e depois ter que sofrer duas dores, eu vejo nexo nisso. Você era o único cafajeste que ainda me fazia sentir qualquer sensação, mesmo as piores delas. Então nada mais justo das minhas dores serem todas pertencentes só á você. 
Vamos lá garota, agora limpa essas lágrimas, bota um sorriso no rosto. Guarda ele e o seu sofrimento na caixinha de baixo da cama, junto com todos aqueles outros monstros que ainda te atormentam, levanta e vai viver. 

                                                                   Rafaella Alvez

sexta-feira, 14 de dezembro de 2012

Mais uma da série impulsiva

Hoje esse texto vai ser para você. Olha que novidade. Nesse dia eu sorri de uma maneira diferente, eu queria poder agarrar o mundo com um abraço. A minha vontade era poder roubar os problemas de todas as pessoas conhecidas e desconhecidas, e cuidar deles, só pra ter o prazer de ver um sorriso no rosto de cada uma delas ... Odeio minha intensidade com tudo! Lenine, Cazuza, Cassia Éller e Zeca Baleiro, vem me inspirando nessa tarde quente. Eu implorava chuva, mas nenhuma gota parecia cair do céu. Entrei no chuveiro e fiquei lá um bom tempo, pensando em mim, depois em você e aí surgiu a brilhante idéia de pensar em nós ... Maldita hora. Até comecei a cantarolar Jota Quest, e me peguei com o sorriso mais ridículo do universo por isso. Parecia que a minha visão já não estava tão torpe. Eu só via você. Ultimamente os mínimos detalhes me fazem recordar você. E eu já não sei se posso mais julgar, sabendo se isso é bom ou ruim. É que a vida real é tão diferente dos filmes. Normalmente eu fujo,eu corro, eu sumo. Mas dessa vez eu quis ficar e arriscar, quis pagar pra ver, mesmo que custasse todos aqueles tapas marcados na cara depois. Eu não consigo sentir paz tão imensa quanto essa que sinto agora. Foi como eu pedi e a chuva me pegou desprevenida no meio da cidade, e eu quis dançar chutando a água da poça, e tirar qualquer um para sentir o mesmo. Arrisquei sozinha e assim, fui cantarolando a fazendo meus próprios passos descompassados e sem ordem correta, me sentindo a melhor e mais feliz pessoa do mundo. Desejando que a lágrima que escorria por meu rosto se misturasse com a da chuva e fosse parar no chão, correndo pela sarjeta e me libertando de toda e qualquer corrente que me prendesse a algo errado ou sujo demais. Aquele sorriso maroto que surgia na mesma hora me lembrou o quanto a minha liberdade é valiosa. Faz parte de mim ser impulsiva demais, jogar tudo pro alto e correr atrás do que eu quero! Tem a ver com Carpe Diem,bom se trata de uma frase do latim, com significado de aproveitar o momento. Ontem já foi, amanhã não se sabe, eu vivo o hoje, o agora. Da forma que eu julgo ser mais correta e proveitosa para mim. Não sou de meio termos, comigo é tudo ou nada, o talvez é só mais uma forma de prolongar um não bem grande, que virá com um pouco de atraso, e vai magoar um pouquinho aqui dentro. Hoje eu queria falar de você, mas falei de mim ... não tem explicação melhor do que dizer que você faz parte de mim. 

                                                                       Rafaella Alvez

segunda-feira, 10 de dezembro de 2012

Saudade desenfreada

Hoje me deu saudade.E foi a sua imagem que se formou na minha cabeça,foi a primeira lembrança.Eu queria poder te materealizar aqui comigo.Lembra daquela noite que eu te deixei dormir só depois que o sol nasceu?! É o seu jeito de tocar o violão,dedilhá-lo com todo o cuidado,e jogar o cabelo toda vez que erra alguma nota, me lembro ainda de você corando quando eu te admirava sorrindo, eu achava muito lindo o seu jeito envergonhado me pedindo para parar...Era impossível e você sabia disso! Eu deveria ter uma máquina do tempo, para poder voltar e reviver cada minuto daquelas férias bem aproveitadas que tivemos. A sua maneira do capital inicial jamais será a mesma canção, toda vez que a ouço me vem a sua voz tímida e rouca na cabeça. Era você de shorts sentado na beira da minha cama pela manhã, me acordando com os acordes mais lindos que fazia no improviso, com aquele hálito doce chamando meu nome, e eu debaixo do cobertor te gritando para que saísse dali com aquele barulho que eu queria dormir,quanta indelicadeza da minha parte! E mesmo assim tu insistia e acabava tirando um sorriso meu logo cedo, eu não aguento o efeito que você deixou em mim. Que droga de quilometragem,que merda de tempo! Eu pensava logo depois de nos separarmos. Mas não durou uma semana ... e nem duas e nem chegou a terceira, eu estava agora no seu mundo. Droga de quilometragem eu grito novamente!Agora já fazem meses que eu nao sei o que é ouvir a sua voz rouca ou as reclamações de quando eu negava jogar video game contigo. Mas nem com todo o tempo, a sua fisionomia eu não esqueço, eu não me permitiria tal capricho. Achei uns arquivos com nome esquisito no computador e resolvi abrir, eram nossas fotos,tem várias delas aqui,pequenos, dormindo, de madrugada, acordando,fotos de festas e aquelas depois do café que você nunca me deixou postar em lugar nenhum, nenhuma delas aliás,disse sempre que eram boas lembranças que só pertenciam a nós ... e eu concordo com tudo. Concordo com o seu raro mal humor, concordo com as piadas sem sentido e que me faziam rir, com as cocégas fora de hora e os beliscões gritando louca e desesperadamente BACON! Concordei também quando tu me disse que tava apaixonado, e fiz um acordo e acabei concordando com o meu coração que voce tivesse um grande espaço reservado aqui dentro, eternamente. Hey garoto eu to com você pro que der e vier.

                                                             Rafaella Alvez

sábado, 8 de dezembro de 2012

Vez ou outra


Eu odeio ser assim, eu cedo demais. É um lugar no ônibus, o banco da frente no carro, a última bala do meu pacote. E mais uma vez para fechar com chave de ouro, cedi para você meu coração. Primeiro cedi o sorriso, depois umas palavras fiadas, mais tarde já deixei a porta aberta, foi isso que aconteceu, eu cedi abrigo e você entrou e se apossou do meu pobre coração. Pobre de amor, talvez eu devesse dizer.
Fui num café hoje, você tem jeito de quem frequenta cafés... te imaginei ali,confesso. Minha mente é tão vulnerável a você. Eu realmente criei a expectativa de que você entraria por aquela porta a qualquer momento, de fato não aconteceu, mas eu me confortei só de te imaginar na mesa ao lado, trocando olhares comigo, e depois vindo até mim com seu jeito cativante de ser. Queria entender o porque de quando eu olho um rosto na rua, eu desejo fortemente e de dedos cruzados que seja o seu.
Amo essa gente que tem leveza. Leveza no toque, no olhar, no sorriso.Aquele que de tão leve te leva flutuando junto e você mal percebe. 
O sol estava se pondo por trás de uma plantação de girassol, mais vermelho do que nunca, mais ardente e fervoroso do que aquele som alto que estava quase estourando as caixas de som do carro. O céu estava numa mistura, era um mesclado das suas quatro cores principais. A estrada me liberta, me instiga, me renova, e me transforma de uma forma tão íncrivel dentro de mim. O vento no meu rosto tem tanto sentido. As nuvens quebravam como ondas, no meu horizonte imaginário.
Eu tive o desejo repentino de ser sua namorada, a primeira e a última. Aquela que te mostraria o que é gostar de verdade, o quão bom é sentir que alguém realmente gosta da gente, que cuidaria de você, queria te apresentar meu mundo, com a intenção de você ficar. Já faria parte do seu também. Teria piadinhas com o seu pai, e falaria sobre suas manias e costumes com a sua mãe enquanto ela me mostra seu álbum de fotografia antigo, eu e seus irmãos nos uniriamos contra você no video-game, e soltaríamos as cachorras dentro do seu quarto só pra te irritar, por que aliás, você fica lindo quando franzi o nariz demonstrando o nervoso ( bom, eu gosto de te imaginar assim). Mas por enquanto, a gente vai guardando, vai escondendo, mascarando as expectativas, para você não ver o quão desenfreada é a minha paixão. Por que mesmo sonhando, eu tive que por os pés no chão e caminhar rumo a realidade outra vez.

                                                                        Rafaella Alvez

Ps: Perdoem a falta de criatividade ultimamente. Só ando postando esses, para não abandonar aqui, beijos.

terça-feira, 4 de dezembro de 2012

Maldição abençoada

Minha constante mutação esta fora de controle nos últimos dias. Pra me encontrar eu tive que me perder, para o meu próprio benefício. Me enchi de coragem, ergui a cabeça e fui. Nesse período, fui enchendo-me de dúvidas, algumas bem cruéis. Porque não a sobremesa primeiro? Quem inventou que terror acompanhado é melhor? E porque as piores cantadas tem que ser as dos pedreiros? Poderiam ser dentistas, padeiros, taxistas. Eu segui no alto daquela montanha para ver se os ventos, leste, oeste, norte e sul se cruzavam e se eram diferentes... acho que se fizeram um só e se converteram numa brisa leve que acariciava meu rosto, e levava consigo os meus pensamentos perturbados. Estou preocupada, minhas mãos tremem a cada dia mais. É que de verdade, eu não to gostando de todos querendo me rotular por aí, e dizer o quanto eles me entendem, se nem eu sei fazer isso. Não me contento em saber que o vazio consome meu corpo e minha mente, é tudo tão neutro e passageiro. É um sorriso do outro lado da calçada, e um tropicão ali na frente. Stephen King fez as honras e não me deixou andar no corredor escuro por mais um dia, mas meus pensamentos conseguiam ser fortemente melhores que as histórias dele. Tinha a ver com um anjo lindo, com barba cerrada e olhar marcante, não esquecendo do sorriso. Ele atormentava meus pensamentos. Droga! E se eu tivesse controle absoluto do vazio preenchido no meu peito? Se era vazio, então tinha algo? São questões desse tipo que me tiram o sono. É urgente outra vez, jogar as palavras desajeitadas no meu bloco de notas e não saber como fazê-las parecerem melhores. Quando pequena perdi a peça do meu quebra-cabeça, e descobri que hoje a peça que falta sou eu, em meio a todo o jogo. Porque na música ele grita que precisa de alguém? É sempre necessário andar acompanhado? Por enquanto eu tô bem sozinha. Odeio como o limão em contato com a pele no sol mancha, odeio porque ele é azedo e os outros fazem questão de dizer o quanto fica bom com sal e álcool.Deve manchar por dentro também, digo rogando uma praga. Eu gosto do preto e branco, mas admito que tem coisas que não devem se incluir a regra, o colorido dos lábios rosados dele por exemplo. Anjo maldito! Por que és tão belo? Por dentro e por fora. Por que me fascina? Por que esta impregnado na minha mente, como uma droga duradoura? Eu aprecio muito mais o vazio à você, que fique sabendo desde já. Era anjo, por que eu via e não tocava,eu falava mas não sentia. Era anjo por que no meio do meu mundo perturbado ele me ergueu e me levou com ele.
                                                                           Rafaella Alvez

segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

Sensação tênue

Acho que posso sofrer de um distúrbio chamado de sinestesia , é que por culpa dele eu posso chegar a sentir o gosto das cores e das notas musicais ... E sim eu te culpo por isso. Eu nem te conheço, apesar de conhecer bem melhor que pessoas que convivo. É que a sua ortografia é correta demais, e o seu senso de humor nas nossas conversas é indispensável. Eu me sentia anestesiada, era a confusão entre dois pólos. Era o furacão de sentimentos que quase me matava por dentro e vetava minha voz. Passageiramente quis ter a escrita tão dedicada, pontuada e bem feita da garota do all star que eu vinha acompanhando, só para que você se agradasse. Mas meus textos ultimamente vêm sendo tão urgentes e desesperadores. Vênus e Marte sempre foi um clichê entre todos os amores e desamores, algo como os opostos se atraem, me atrevo a dizer. Terra! Eu gritei enquanto dançava no quarto aquela música dos Killers. Nós somos da Terra. Não desejo nos colocar como pontos distantes,por que esta sendo agradável ter a sua "presença" tão "perto" (é complicado entender as aspas,eu sei) mesmo estando tão distante. Era algo sobre ser absurdamente eu mesma por trás de uma tela,usando uma só foto. É engraçado como as pessoas se apaixonam por corpos vazios por aí né? (Desculpa ainda ser á moda antiga,mas prefiro assim!) A liberdade é um estado de espírito, e hoje me liberto de tudo aquilo que não ta acrescentando na minha vida. Eu tenho certa clareza por escrever tão descompassadamente pensando em você. Ultimamente eles vêm sendo sobre tanta coisa, que não me permiti pensar num sorriso, mesmo nunca o tendo visto(até hoje).Odeio você de costas para mim! Eu estava ocupada demais, me inteirando de tudo. Não me permitindo nada além disso. Deu um relâmpago forte e um estalo veio da cozinha. E eu entendi o porque daquele tornado de pensamentos presos na minha cabeça.Não tinha muito sentido, aliás eu nunca fiz tanta questão disso mesmo. Mas eu sempre gostei de conversar, sobre tudo que eu tenho vontade com você, e me permitindo dizer tudo que eu queria, e te deixando livre para o mesmo. Tudo tão claro. Não faz meu estilo, mas por um momento fez, conversar com alguém sem rosto. Foi simples e objetivo, compatível e reluzente, foi você me desafiando.Talvez eu tenha me apaixonado,talvez! 

                                                                        Rafaella Alvez

sábado, 1 de dezembro de 2012

Multifaces e aleatoridades


Eu roubo palavras, gestos, olhares, risos, e vozes. E tudo que eu queira de alguém. Roubo porque não peço permissão, apenas carrego comigo, por vezes até a força, fragmentos quase imperceptíveis de pessoas conhecidas ou não.
Existe tanto tipo de fusão...todas com seus trejeitos, espécie, e características de acordo com quem as une. Dono de um sotaque único e incopiável, de gênero forte e marcante, seu cheiro impregnava o lugar e me trazia lembranças das quais me fazia bem recordar. É engraçado como o cheiro trás a tona capítulos da nossa vida cobertos de poeira. Em meio a multidão, sempre tem alguém que se sobresai aos meus olhos. Sou nômade e sobrevivo assim, não me contento com pouco, apesar de recolher um pouco de cada um comigo, as roubo e elas nem sequer percebem, temo estarem ocupadas demais com suas vidas turbulentas.
Não volto para os lugares que eu saio. É querer sempre mais, não a distância, mas é fome do mundo, de pessoas. A cada lugar que apareço, com rostos desconhecidos me refaz e refaz e assim sucessivamente. Eu preciso do novo, isso de alguma forma me fortalece, é uma atração muito forte. É uma única direção: MAIS! Sempre somando e aumentando tudo que posso dentro de mim, me permitindo todas as aventuras que eu queira.
Eu de verdade o entendo como ninguém é capaz. Aquele loiro marrento, isso me fascina, o desconhecido talvez, ou como as palavras dele nunca se dirigiram a mim, mas eu sei, o quanto ele pode ser doce quando quer! Mas é mau educado demais, despreocupado demais, desenteressado demais, tudo demais.Mas pesando na balança tudo dá menos, pelo menos no meu ponto de vista. Mas o que me satisfaz é esse gostinho (não sei se pode ser chamado de prazer) de compreender e tentar entender alguém só por deduções e observações ao longe. Agora ao som de Bon Jovi, o carinha do colegial vem me observar, mesmo que por segundos enquanto escrevo.
A minha escrita de certa forma intriga as pessoas. é a forma como as palavras deslizam facilmente por meus dedos, ou escorrem da minha boca com tom natural e firme, apesar daquela garota insistir em dizer que uso disso com ar superior. Julga meu jogo, julga meu jeito, mas no final de tudo, a julga por não conseguir ser igual a mim. Nickname Cigana, se locomovendo conforme o vento, levando e trazendo consigo novas faces e palavras carregadas de fervor. Os céus clamam para que eu aceite a vida como ela é, mas eu sou mais, eu quero mais, eu sou por mais. 
Nada sucinto até agora. 
                                                           Rafaella Alvez

Fusão


"Eu era um guepardo,um guepardo humano!"
Eu nunca fui muito comum,e sendo assim meus sonhos também não podiam ser considerados normais.Eu amo sonhar.Eu acredito que a nossa alma se solta do corpo como uma ligação cósmica e os astros se alinham ao nosso favor,conforne o que queremos.Pode ser considerado apologia enganosa,ou incomprável, realmente não é possível comprar essa sensação,de quando se esta no sonho.Cada toque é único,sentir com firmeza cada passo dado, que não acontece na hora em que esta acordado. Minh'alma havia se desgrudado do corpo que a pertence,por alguns minutos, os quais duraram dias fora. Passeei, fiz meu mundo e coloquei pessoas e coisas que me faziam bem lá. Era tudo claro demais, com muita nitidez e perfeição. Comigo foram outras pessoas, ou melhor dizendo suas almas. E meu castelo estava então completo, agora por só si só, sem ajuda da minha imaginação, aconteceram os mais loucos devaneios.Eu era um guepardo,um guepardo humano. Acho que toda a fera de dentro de mim,foi transferida para o universo paralelo que eu criei. Tinha forma humana, a minha forma, com mais determinação e força aparente. Tinha cautela, e dominava a tribo. Dominava o leãozinho também. Eu fiz do sonho, tudo aquilo que o meu interior tem vontade, mas toda a ética e moral que o professor de filosofia pregava na sala de aula, me impedia de fazer enquanto estou acordada. Abri meu olhos naquela manhã gloriosa e com olhar felino, vivi a vida como deve ser vivida!

                                                                                                Rafaella Alvez